Pensamento da Semana

Quando vires um homem bom, tenta imitá-lo; quando vires um homem mau, examina-te a ti mesmo.

Confúcio

quinta-feira, 17 de janeiro de 2019

Analise da canção "Cidadão", de Lúcio Barbosa.

Resultado de imagem para zé ramalho
Zé Ramalho
Hoje, trago para análise a canção “Cidadão”, que foi composta pelo poeta baiano Lúcio Barbosa entre os anos de 1978 e 1979, e gravada pela primeira vez pelo cantor Zé Geraldo em 1979, mas, a música, só veio a ganhar mais notoriedade a partir do ano de 1992, quando foi gravada pelo cantor Zé Ramalho, no álbum Frevoador.



Resultado de imagem para zé geraldo
Zé Geraldo


A canção, que foi composta em homenagem a um tio de Lúcio Barbosa que era pedreiro, fez grande sucesso, principalmente entre os operários, em especial aqueles que se deslocaram das regiões mais pobres do país para a região sudeste á procura de emprego.
Imagem relacionada
Lúcio Barbosa
A música traz a tona algumas das dificuldades sentidas na pele destes que se deslocavam de suas terras em busca de melhores condições de vida. A primeira dificuldade posta em cheque é a do trajeto até o local de trabalho, o que tornava a jornada de trabalho ainda mais cansativa.
Outro ponto apresentado é que, muitos dos prédios (públicos ou privados) que se ajudava a construir, nas mais temíveis condições possíveis, depois de já construído, os trabalhadores não poderiam ter acesso, e o único na qual conseguem ter acesso é na igreja, daí, o Lúcio entra no campo religioso, assemelhando o impedimento de acesso do trabalhador nas obras que já construiu com a atitude de muitos de negarem a Cristo, que construiu o mundo, com todas as maravilhas existentes e nos presenteou. Segue abaixo a letra da canção.
Tá vendo aquele edifício, moço?
Ajudei a levantar
Foi um tempo de aflição
Eram quatro condução
Duas pra ir, duas pra voltar
Hoje depois dele pronto
Olho pra cima e fico tonto
Mas me vem um cidadão
E me diz, desconfiado
Tu tá aí admirado
Ou tá querendo roubar?
Meu domingo tá perdido
Vou pra casa entristecido
Dá vontade de beber
E pra aumentar meu tédio
Eu nem posso olhar pro prédio
Que eu ajudei a fazer
Tá vendo aquele colégio, moço?
Eu também trabalhei lá
Lá eu quase me arrebento
Fiz a massa, pus cimento
Ajudei a rebocar
Minha filha inocente
Vem pra mim toda contente
Pai, vou me matricular
Mas me diz um cidadão
Criança de pé no chão
Aqui não pode estudar
Essa dor doeu mais forte
Por que é que eu deixei o norte?
Eu me pus a me dizer
Lá a seca castigava
Mas o pouco que eu plantava
Tinha direito a comer
Tá vendo aquela igreja, moço?
Onde o padre diz amém
Pus o sino e o badalo
Enchi minha mão de calo
Lá eu trabalhei também
Lá foi que valeu a pena
Tem quermesse, tem novena
E o padre me deixa entrar
Foi lá que Cristo me disse
Rapaz deixe de tolice
Não se deixe amedrontar
Fui eu quem criou a terra
Enchi o rio, fiz a serra
Não deixei nada faltar
Hoje o homem criou asa
E na maioria das casas
Eu também não posso entrar
Fui eu quem criou a terra
Enchi o rio, fiz a serra
Não deixei nada faltar
Hoje o homem criou asas
E na maioria das casas
Eu também não posso entrar



Referências Bibliográficas:

"CIDADÃO" de Lúcio Barbosa. Recanto das Letras. Disponível em: <https://www.recantodasletras.com.br/analise-de-obras/6162120>. Acesso em: 17 de jan. de 2019.

Cidadão – Zé Ramalho. Letras. Disponível em: < https://www.letras.mus.br/ze-ramalho/75861/>. Acesso em: 17 de jan. de 2019.

Nenhum comentário:

Postar um comentário